sexta-feira, 10 de julho de 2009

Drops, agora sim

Um mês sem aparecer aqui, mas vocês não sabem da minha rotina. Uns drops angolanos para meus caros (e raros leitores):

* Houve caso de brasileiro que cortou cabelo aqui e ganhou de presente uma bactéria, que ficou alojada em seu crânio. Todo mundo fala de micoses, e do risco das giletes, etc. Como tento não ser turista acidental, resolvi ignorar as recomendações e fui a uma barbearia aqui perto, de congoleses francófonos. Nada anormal, tudo muito limpo, mas um detalhe é assustador: eles fazem o pé sem navalha. Prendem a lâmina entre o polegar e o indicador e você têm de entregar pra Deus. Fizeram dois caminhos de rato disfarçáveis e um pequeno corte na costeleta, mas já vi coisa pior em Salvador.

*Tô com gripe bem forte, dor de cabeça há uma semana. Alerta vermelho para malária, muito comum nessa época, mesmo nas áreas mais limpas de Luanda. Bom, fui fazer o teste, que sai em uma hora, e fiquei muito ansioso, mas deu negativo. De qualquer jeito, recomendam que o teste seja repetido caso os sintomas não passem. Continuo com todas as dores, mas ainda assim, não deve ser o paludismo: meu sistema digestivo continua intacto, e diarreia e vômitos são os principais indícios da doença. Mesmo assim, nada bacana ficar doente longe de casa. (PS. Já estou bem e não era malária).

*Desde setembro, ou outubro, ainda em Salvador, já não estava mais na reportagem. Fazia as matérias só quando queria, por fora do trabalho na edição do A Tarde On Line. Aqui também vim para trabalhar com edição de sites, e agora fui pra redação, mas editando. Dia desses fui pra rua fazer minha primeira entrevista em muito tempo, e o local foi um cinema desativado, usado agora como centro de convenções. O lugar é muito bonito, ainda mais por dentro. Por fora, o amarelo forte deixa claro que o prédio tem também sua identidade africana. Minha amiga Mary Weinstein ia adorar isso aqui.


*Pamplona chegou e eu já o fiz passar pela primeira roubada angolana. Ele não conhece a cidade e eu não sei dirigir. Fomos ao Belas Shopping na intuição, e, na volta, nos perdemos completamente. Entramos numa estradinha de terra com poeira lá em cima, na entrada pra Viana, bairro bem afastado do centro. À noite, com aquela névoa do barro levantado e o visual inóspito de prédios abandonados, nos sentimos em alguma cidade comunista abandonada, em Moldova, ou Belarus. Depois de muito rodar, saímos por acaso já bem perto de casa.

*Uma das coisas mais divertidas aqui é ver que não existem as manicures, e sim OS manicures. As mulheres fazem as unhas nas ruas, em banquinhas lotadas de esmaltes comandadas por homens, todos completamente seguros do que estão fazendo e nem um pouco próximos do clichê brasileiro de homens que trabalham em salão. Não, eles poderiam estar vendendo qualquer coisa, engraxando sapatos, mas fazem unhas. Não esperem esterilização.

*Acho que o próximo post, se houver, só na volta. Parto nesse fim de semana para mereceidas férias, e depois de mais 15 dias retorno a Luanda, se Deus quiser. Até lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário