sexta-feira, 13 de março de 2009

Mussulo

No último domingo fui a outra praia famosa de Angola, a Ilha do Mussulo. A 25 minutos de lancha da costa da capital, a ilha é mais um anteparo do continente em relação ao mar aberto. Do outro lado do Mussulo, sim, há Oceano Atlântico de verdade.

Com um grupo de colegas brasileiros, partimos bem cedo para não enfrentar engarrafamento, e na partida do barco encontramos mais colegas - pegamos o barco junto pelas almas calmas desse falso mar entre continente e ilha. Na prática, uma gigante lagoa de água salgada.

No local onde as lanchas aportam, um único bar, caríssimo, onde a cerveja bate nos dez dólares. O estabelecimento ocupa o melhor trecho de praia, e a areia é ocupada por guarda-sóis e espreguiçadores acolchoados - pagamento à parte, claro. E claro que o bar estava lotados de exilados branquelos e vermelhos, todos portugueses, aparentemente. (Trilha péssima, "You're Beautiful").

Ao lado desse trecho, algumas barraquinhas desocupadas, e a falsa informação de que a estadia ali era free. Mas logo o dono da barraca aparece e nos expulsa, já que havia combinado o aluguel a outro inquilino, que chega à praia na sua lancha particular.

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Lá vamos nós andando novamente, em direção ao outro lado, depois do bar chique. Encontramos abrigo em dois coqueiros anões, em frente a uma casa abandonada. Casa, vírgula. O local era um projeto de resort abortado, de donos chineses. Dois angolanos tomam conta do imóvel, e nos ajudam a comprar cerveja.

O almoço encomendamos de uma senhora nativa - arroz, batata frita e frango para
nove pessoas. Frango de quintal, criado solto. Quando fomos pagar a senhora (5,400 kwanza, uns 70 dólares, por aí), as irmãs da cozinheira - nativas também da mesma comunidade, de casas espalhadas sob a areia - conversavam sentadas no chão, embaixo de uma árvore, no meio da tarde, como se não houvesse amanhã. Pura paz.

Que vai logo embora tão logo entramos no barco: um grupo de libaneses nos acompanha em alta e divertida cantoria. Um colega português/angolano, intrigado, pergunta o que é o Habib que ouvimos toda hora. "Eu te amo". Pois é, no Brasil a gente mata a fome no Eu Te Amo's.

Um comentário:

  1. "Notícias da Bahia, os pássaros trazem": O Eu Te Amo´s foi multado por vender comiga estragada. Encontraram ratos na cozinha, baratas e outros inquilinos que não pagavam aluguel. Hummmm, galinha de quintal criada solta éh, que delícia de passeio, mesmo sendo expulso da praia "pública". Luanda e Salvador realmente são gêmeas siamesas. Beijos com dendê

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